Inclusão é mais do que “todos e todas”

Tem-se falado muito em inclusão ultimamente. A moda de falar em “todos e todas” por achar que Todos não é suficiente para abarcar também as mulheres, tem sido levado a pontos insólitos, como há pouco tempo quando uma ministra de educação da Argentina disse “jóvenes y jóvenas” (jovens e jovenas) .  Sim, leu bem era ministra de educação.
O que me deixa a pensar é que a inclusão é muitíssimo mais do que dizer Todos e todas.
Desde o ano passado que o inglês nas escolas em Portugal é obrigatório desde o 3º ano mas ainda ninguém sabe língua gestual. Ou seja que podemos falar com alguém de outro pais mas não podemos comunicar com o nosso vizinho surdo-mudo.
Tantas vezes entrei em lojas de roupa com o carrinho de bebé, sem conseguir passar pelos corredores, a tentar encontrar espaço para andar mas sem sucesso, acabando por sair da loja porque não ia deixar o meu filho na porta. Problema que também se encontra nas ruas, quando os carros estacionam em cima dos passeios (em zonas com estacionamentos pagos), tirando a possibilidade de andar com um carrinho de bebé. Nem quero imaginar como se arranja uma pessoa com cadeira de rodas. Vai pela rua entre os carros?
Ainda há muito que aprender em termos de inclusão. Não é suficiente acabar as palavras em A.
Gostei de ver que nas escolas públicas há crianças a estudar com apoio especial. Fiquei com pena de ver essas crianças a brincarem sozinhas no recreio e imagino que os outros miúdos (sem discapacidade) não sabem muito bem como brincar com elas.

Inclusão é respeito, consideração, olhar para o lado e reconhecer as necessidades de todos na vida cotidiana. Grande desafio para uma sociedade que não tira os olhos do telemóvel nem para conversar com os amigos.

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